Descobrir que estava grávida foi, sem dúvida, um dos momentos mais emocionantes e marcantes da minha vida. A notícia chegou como uma surpresa, mesmo sendo algo tão planejado e desejado por mim e pelo meu marido. Aquele instante mudou tudo e marcou o início de uma jornada cheia de aprendizados e transformações que eu jamais poderia prever.
os planos de engravidar
Desde o início, tínhamos o sonho de ter um filho, mas os imprevistos da vida nos fizeram adiar esse plano importante. Originalmente, havíamos decidido começar as tentativas em 2019, mas a chegada da pandemia mudou nossos planos. Depois de muitas reflexões e conversas, resolvemos que 2020 seria o momento ideal para tentar, mesmo com as incertezas daquele período.
Por que compartilhar essa história?
Acredito que dividir essa experiência pode acolher e tranquilizar outras mulheres que estão vivendo a mesma fase. Histórias reais têm o poder de inspirar, conectar e trazer conforto. Afinal, mesmo que cada descoberta seja única, os sentimentos que a acompanham – expectativa, ansiedade e alegria – são universais.
Espero que meu relato sirva como um abraço, cheio de empatia e esperança, para quem está sonhando em iniciar essa jornada ou já está no caminho.
Planejando a Gravidez
Desde que nos casamos, eu e meu marido tínhamos o desejo de construir uma família. Nosso plano inicial era começar a tentar engravidar em 2019, mas a chegada da pandemia nos pegou de surpresa. Com tantas incertezas e mudanças acontecendo no mundo, achamos mais prudente adiar o sonho por um tempo.
Depois de muita conversa e reflexão, decidimos que 2020 seria o momento certo. Mesmo com o cenário ainda instável, resolvemos seguir em frente com o coração cheio de esperança. Pensamos que, até conseguirmos engravidar, as coisas estariam mais controladas. A decisão veio acompanhada de um misto de ansiedade e felicidade por finalmente dar esse passo tão importante.
Preparação para engravidar
A partir do momento que decidimos tentar, comecei a pensar em como poderia preparar o meu corpo para essa jornada. Consultei uma nutricionista especializada para entender como poderia melhorar minha alimentação e otimizar a minha fertilidade.
Ela me orientou a incluir suplementos específicos, que foram manipulados de acordo com as minhas necessidades. Entre eles, estavam probióticos, complexo B, ácido fólico, metilfolato, multiminerais, vitamina D e ômega 3. Essa rotina foi fundamental para me sentir mais preparada e confiante no processo de tentar engravidar.
Cada detalhe dessa preparação foi feito com muito carinho e cuidado, pensando em tudo que eu poderia fazer para que o sonho da gravidez se tornasse realidade.
Importância da Terapia Durante a Tentativa de Engravidar
Lidando com a ansiedade do processo
Quando decidimos que era hora de tentar engravidar, eu sabia que seria importante cuidar não apenas do meu corpo, mas também da minha mente. A ansiedade de engravidar rapidamente pode ser intensa, e eu não queria que essa expectativa tirasse a leveza de viver o momento.
Foi durante as sessões de terapia que aprendi a olhar para o processo com mais tranquilidade. Minha terapeuta me ajudou a entender que engravidar pode demorar, e isso não significa que algo está errado. Ela sempre reforçava que cada corpo tem seu tempo, e essa perspectiva foi essencial para que eu mantivesse o equilíbrio emocional enquanto esperava pela tão sonhada gravidez.
Dicas para aliviar a ansiedade enquanto tenta engravidar
Uma das melhores dicas que recebi na terapia foi fazer planos paralelos ao sonho de engravidar. Ela me incentivou a pensar em coisas que me trouxessem alegria e me mantivessem ocupada, como planejar uma viagem ou me inscrever em um curso que despertasse meu interesse. Esses pequenos projetos me ajudaram a desviar a atenção e aliviar a pressão interna de esperar pelo resultado positivo.
Outro ponto importante foi aprender a não me cobrar tanto e confiar no processo natural. Saber que eu estava fazendo a minha parte, cuidando da minha saúde física e mental, trouxe uma paz que fez toda a diferença durante esse período. Foi um exercício diário de paciência e amor próprio que me preparou emocionalmente para a chegada do meu bebê.
Sinais Inesperados e o Primeiro Teste
O começo da suspeita
Quando comecei a desconfiar que poderia estar grávida, tudo parecia muito confuso. Tive um pequeno sangramento que, à primeira vista, achei ser o início da minha menstruação. Era algo comum, e eu não imaginei que poderia ser diferente. Fiquei extremamente confusa: grávida menstrua? Não fazia nenhum sentido.
No entanto, algo chamou minha atenção: o fluxo não continuou como de costume. A sensação era de que algo estava diferente no meu corpo, mesmo sem nenhum sintoma evidente. Foi nesse momento que surgiu a suspeita de que talvez pudesse estar grávida sim.
fazendo o teste de farmácia
Decidi fazer um teste de farmácia para tirar a dúvida, mas o resultado inicial foi longe de ser claro. Apareceu uma leve sombra na linha, quase imperceptível, o que me deixou cheia de esperança, mas também de incerteza.
A emoção tomou conta quando compartilhei esse momento com o meu pai. Ele, tão curioso quanto eu, pegou uma lupa para tentar enxergar melhor a linha no teste. A cena foi tão engraçada quanto emocionante, e ficamos juntos tentando decifrar aquele pedacinho de papel que parecia guardar uma grande notícia.
Mesmo sem uma confirmação definitiva, aquele pequeno traço já tinha preenchido meu coração de alegria e expectativa.
A confirmação da gravidez
Depois da incerteza gerada pelo primeiro teste, senti que precisava de algo mais conclusivo. Fui até a farmácia e comprei um teste eletrônico, daqueles que mostram o resultado com clareza. Fiz o teste com ansiedade, sem muitas expectativas, mas, quando apareceu a mensagem “Grávida – 1 a 2 semanas”, meu coração se encheu de alegria. Claro que depois disso fiz o exame de sangue para ter um resultado fiel.
Foi um momento especial, com muitas emoções misturadas. Felicidade, surpresa e até um pouco de dúvida sobre o que viria pela frente. Confesso que, naquela hora, uma parte de mim romantizou o que seria essa jornada – uma visão que, ao longo do tempo, foi ganhando mais equilíbrio e realidade. Mesmo assim, aquele instante foi importante, porque marcou o início de um capítulo transformador na minha vida.
Contando para o meu marido à distância
Naquele dia, meu marido estava viajando a trabalho. Embora minha vontade fosse esperar para contar pessoalmente, não consegui segurar a emoção. Fiz uma ligação de vídeo para compartilhar a novidade.
A reação dele foi de surpresa e felicidade. Foi um momento íntimo, simples, mas cheio de significado para nós dois. Esse dia marcou o início de uma nova fase, cheia de expectativas e ajustes. Compartilhar essa notícia, mesmo à distância, foi especial e trouxe um pouco mais de realidade ao sonho que começava a se concretizar.
a tal da Idade Gestacional
Quando fiz o primeiro ultrassom, descobri que a contagem da idade gestacional é feita a partir da data da última menstruação. Isso quer dizer que, mesmo que a concepção ocorra dias ou até semanas depois, já começamos a contar as semanas desde o primeiro dia do ciclo menstrual anterior.
Essa lógica me deixou confusa no início. Para mim, não fazia sentido começar a contar as semanas antes mesmo do período fértil, já que a concepção só pode ocorrer depois. Foi um aprendizado que me fez perceber que a contagem da idade gestacional não é nem um pouco intuitiva para quem está vivendo a experiência pela primeira vez. Apesar disso, entender como funciona essa contagem me ajudou a acompanhar melhor cada fase da gestação.
Os primeiros dias como gestante
Mesmo com essa confusão inicial, os primeiros dias como gestante foram cheios de momentos emocionantes e inesquecíveis. Um deles foi o Natal. Lembro-me de tirar uma foto em frente à árvore de Natal com as mãos na barriga, que ainda estava pequena, mas já guardava um universo de sonhos e expectativas.
Naquele Natal, preparei uma árvore especial para a minha sobrinha que estava prestes a fazer 1 ano. Quando finalizei os enfeites, já sabia que dentro de mim havia outro bebê, e isso tornou tudo ainda mais significativo. Foi o início de uma conexão emocional profunda com o bebê, que só aumentaria com o passar do tempo. Esses pequenos momentos, simples e cheios de afeto, são as memórias que levo com mais carinho dessa fase tão transformadora.
Alimentação na Gravidez e os Benefícios no Futuro
Um plano alimentar pensado para a fertilidade
Quando comecei a me preparar para a gravidez, sabia que cuidar da alimentação seria um passo importante. Com o apoio da minha nutricionista, adotei um plano alimentar pensado nos diferentes momentos do meu ciclo menstrual, sempre priorizando alimentos ricos em nutrientes essenciais para o equilíbrio do meu corpo.
No início do ciclo, por exemplo, alguns alimentos foram incorporados de forma mais intencional:
- Canela: adicionada em chás, frutas ou receitas como bolos e vitaminas, cerca de 2 a 3 vezes ao dia.
- Linhaça triturada: usada em saladas, bolinhos ou até como cobertura para outros pratos (1 colher de sopa por dia).
- Beterraba e espinafre crus: sugeridos em saladas ou em sucos antes do café da manhã, combinando com maçã e água de coco ou pura.
Já em outra fase do ciclo, entre o 10º e o 15º dia, comi bastante inhame. Seja em forma de “chá” feito com as cascas ou em receitas com a polpa cozida, ele ganhou espaço no meu cardápio de maneira prática e versátil.
De mãe pra futura mãe
Adotar essas mudanças na dieta foi uma forma de estar mais conectada com meu corpo. A cada semana, sentia que estava cuidando de mim de forma integral, sem pressa e respeitando meu ritmo. Foi uma experiência que uniu saúde e autoconhecimento, e me preparou emocional e fisicamente para os desafios que viriam pela frente.
O plano alimentar e os primeiros 1000 dias
Durante a gravidez, aprendi sobre a importância dos primeiros 1000 dias na vida de um bebê. Esse período inclui os 270 dias da gestação, mais os dois primeiros anos de vida da criança. Segundo especialistas, é nesse intervalo que a nutrição desempenha um papel fundamental no desenvolvimento físico e cognitivo do bebê, além de influenciar sua saúde a longo prazo.
Para oferecer o melhor ao meu bebê, comecei a ajustar minha alimentação desde o planejamento da gravidez. Segui orientações nutricionais focadas em incluir alimentos ricos em nutrientes essenciais, como probióticos, vitaminas e minerais, além de suplementos específicos recomendados pela minha nutricionista. Essas escolhas foram feitas pensando não apenas na minha saúde, mas também no impacto positivo que teriam no crescimento e bem-estar do meu bebê.
O que fez diferença na alimentação da minha filha?
Hoje, vejo como essas escolhas alimentares refletiram na Bianca. Ela desenvolveu uma predileção por alimentos com sabores naturais, o que considero uma das maiores conquistas da nossa jornada alimentar. Por exemplo, ela não sente falta de sal na batata frita ou na pipoca, e raramente se interessa por alimentos açucarados.
Essa preferência contrasta bastante com meus próprios hábitos – eu adoro doces, mas fico feliz por não ter passado isso pra ela. Até os 3 anos, Bianca recusava praticamente todos os tipos de doces, mesmo quando oferecidos. Agora, começou a gostar de algumas coisas com chocolate, mas sua base alimentar ainda é equilibrada e saudável, o que me deixa muito orgulhosa.
Esses resultados mostram que as escolhas feitas durante a gravidez podem impactar positivamente os hábitos alimentares da criança, criando uma relação mais saudável com a comida desde cedo.
Conclusão
Relembrando o início da jornada
Descobrir que estava grávida foi, sem dúvida, um dos momentos mais marcantes da minha vida. A mistura de surpresa, emoção e felicidade tornou aquele dia único e cheio de significado. Cada etapa – desde o planejamento até o resultado positivo – trouxe aprendizados valiosos e marcou o início de uma transformação profunda na minha vida.
Os pilares que ajudaram no processo
Ao longo dessa jornada, a terapia desempenhou um papel fundamental, ajudando a controlar a ansiedade e me incentivando a fazer planos paralelos, como cursos e viagens, para aliviar a pressão do processo de engravidar. A alimentação consciente também foi uma grande aliada, além do plano de parto. Tudo isso trouxe benefícios que continuam presentes na vida da minha família até hoje.
A beleza de compartilhar memórias
Revisitar essa história é como abrir um álbum de fotos repleto de momentos especiais. Relembrar a jornada até a maternidade me enche de gratidão e orgulho. Espero que meu relato inspire outras mães que estão no mesmo caminho, mostrando que cada etapa, com seus desafios e alegrias, vale a pena ser vivida.
Compartilhar essas experiências é minha forma de dizer que, mesmo nos dias mais incertos, existe sempre algo lindo a ser descoberto.
Aline Chamon é publicitária, mãe da Bianca e esposa do Gustavo. Criadora do blog SEVEN DAYS MOM, dedica-se a compartilhar as alegrias e desafios da maternidade real, trazendo reflexões e aprendizados do dia a dia. Apaixonada por registrar memórias, escreve cartas para sua filha desde seu nascimento e busca, por meio do blog, inspirar e acolher outras mães que vivem as aventuras e os dilemas da maternidade.
